O refluxo gástrico ocorre basicamente por conta de dois fatores: o primeiro seria o desequilíbrio entre as barreiras antirrefluxo: uma delas é a válvula que funciona como uma porta de entrada do alimento para o estômago e se fecha em seguida. O problema ocorre quando essa porta não se fecha completamente, e os alimentos acabam voltando para o esôfago. E não só os alimentos: voltam também ácidos indesejáveis. São eles que podem chegar até a boca, causando problemas sérios.
Entre os problemas que podem surgir na boca por conta dos ácidos estão a erosão dentária e a cárie. Em casos mais graves, esses dois inconvenientes podem causar, ainda, doenças periodontais (gengivite e periodontite são as principais). Até mesmo a mucosa da boca pode ser afetada com os ácidos do estômago, causando aftas ou outros problemas. Acrescido aos problemas bucais, o refluxo frequente pode se agravar e chegar a formar um câncer esofágico.
A gengivite pode também ser causada por excesso de placa. Se ela não for removida, se transforma em tártaro, que se fixa no dente (e precisa ser removido). As bactérias e as toxinas produzidas pela placa e pelo tártaro irritam as gengivas e as deixam inchadas e sensíveis.
A periodontite ocorre quando a gengivite não é tratada ou quando o seu tratamento é adiado. Os quadros infecciosos e inflamatórios passam das gengivas para os ligamentos e ossos que dão suporte aos dentes. A perda deste suporte faz com que os dentes fiquem soltos e acabem caindo. A periodontite é a principal causa de perda de dentes em adultos. Esse problema não é comum na infância, mas aumenta durante a adolescência.
Desta forma, é importante pensar a saúde como algo transdisciplinar. Quem sofre com refluxo deve mudar alguns hábitos alimentares, como evitar alimentos ácidos, com gás, gordurosos etc. Evitar o sedentarismo e a obesidade também é recomendável para amenizar o refluxo, além de comer pelo menos três horas antes de dormir, comer devagar e a cada três horas etc. E, claro, consultar o dentista periodicamente é fundamental.
